Nosso distrito é conhecido por oferecer qualidade de vida a todos aqueles que nele moram. Entretanto, vem se notando uma ocupação desordenada de seu território sem o necessário e devido estudo técnico

que leve em consideração seus habitantes, suas características, problemas existentes e desvirtuando Leis legitimadas pela comunidade e aprovando outras casuísticas, questionáveis e que certamente contribuem para o agravamento de problemas antigos - como o trânsito - e estimula o aparecimento de novos - como as grandes enchentes. A médio e longo prazo a qualidade de vida estará ameaçada. O crescimento é necessário, mas a pergunta que fica é: Como crescer respeitando seus habitantes, a vocação do distrito e preservando seus recursos naturais como a água e mata? Que cenário deixaremos de herança para as gerações futuras e com que conseqüências?
Há muitos anos as Associações de Bairro do Distrito de Barão Geraldo vem discutindo o tema e, mais do que nunca, estão bastante preocupadas.
Fique de olho, pois o futuro do Distrito é de responsabilidade de todos nós!
Leia o manifesto baixo e saiba mais.
Em carta protocolada na PMC (Protocolo PMC nº 11.567) e no Escritório de Planejamento da Cidade, órgão encarregado da elaboração do Plano de Desenvolvimento Urbano e Rural do
Município através do Grupo Executivo de Planejamento do Desenvolvimento Urbano e Rural de Campinas, as Associações de Bairro do Distrito de Barão Geraldo expressam as suas preocupações e tecem considerações abaixo relatadas, sobre o processo de ocupação territorial que o distrito vêm sofrendo e suas implicações e conseqüências em um futuro de médio e longo prazo, notadamente no que se refere à preservação das características urbano-rurais do distrito, ao cumprimento de Leis legitimadas pela comunidade, como a Lei Municipal nº 9.199/96 e a revogação de Leis casuístas como a Lei Municipal nº 10.617/00 e a Lei

Municipal nº 8.853/96, que tem desvirtuado as características do distrito, os anseios de sua comunidade e colocado em risco a qualidade de vida de seus habitantes e das gerações futuras.
Durante muitos anos, a comunidade do distrito de Barão Geraldo tem procurado formas de garantir o desenvolvimento racional, planejado e ordenado dessa porção do município, preocupada na preservação da qualidade de vida para os que aí residem e para as gerações futuras. De certa forma, seus anseios foram atendidos em 1996, quando da aprovação da Lei nº 9.199/96 que instituiu o PLANO LOCAL DE GESTÃO URBANA DE BARÃO GERALDO (PLGU-BG).
Esse plano foi elaborado através de um convênio da Prefeitura Municipal de Campinas PMC/UNICAMP/PUCCAMP contando com uma equipe multidisciplinar composta por técnicos que estudaram profundamente as características e problemas do distrito, seus habitantes, sua vocação, sua história, infra-estrutura e ocupação, para que, junto com a comunidade,
construíssem um modelo de desenvolvimento racional e planejado para o distrito, garantindo para a sua população o equilíbrio necessário entre crescimento e qualidade de vida.
Infelizmente, na gestão Francisco Amaral todo esse esforço não resultou em melhorias para o distrito. Pelo contrário, nota-se que houve desvirtuamentos de conceitos do PLGU-BG e desrespeito ao macrozoneamento de planejamento do Plano Diretor de Campinas (Lei Complementar nº 04 de 1996) comprometendo a sustentabilidade e qualidade de vida de seus habitantes.
Dentre esses desvirtuamentos citamos a Lei nº 10.617/00 que insere grandes glebas rurais em perímetro urbano, sem qualquer estudo técnico que as habilite para tal, o que tem suscitado questionamentos dentro de órgãos da própria PMC quanto a sua legalidade. Também citamos a Lei nº 8.853/96 que trata da criação de bolsões urbanos em zona rural, o que estimula a ocupação urbana em importantes áreas rurais e desencadeia ainda mais o processo desordenado de ocupações urbanas.
Essas referidas leis acabam resultando na urbanização

desordenada de áreas de conurbação com municípios vizinhos e/ou próximas a grandes complexos industriais onde a urbanização não é recomendável por questões ambientais, de segurança e de saúde. Ademais essas ocupaçóes favorecem a implantação de loteamentos urbanos e tem colocado em risco a produção agrícola existente no distrito, oriunda de pequenos produtores rurais, modificando a vocação, para agricultura, de terras de ótima qualidade. Como agravante, as limitações da infra-estrutura existente no distrito não são solucionadas, o que certamente contribui para piorar o quadro existente, principalmente no que se refere ao sistema viário, atualmente já saturado.
Afortunadamente na eleição municipal de 2000 a comunidade de Barão Geraldo obteve o compromisso público do então candidato a prefeito Antonio da Costa Santos que, caso eleito, o PLGU-BG seria respeitado. Assim aconteceu e logo o instrumento de gestão previsto no Plano - o Fórum Consultivo - foi acolhido e criado pelo então prefeito e instalado pela atual prefeita Izalene Tiene. Atualmente o Fórum Consultivo está elaborando seu Regimento Interno para que possa funcionar.
Atitudes como esta é o que esperamos de um governo democrático e popular compromissado com os anseios da sociedade. Estamos abertos para juntos, elaborar uma eficiente política de uso e ocupação do solo que concilie a inclusão social, a proteção ao meio ambiente e a preservação da qualidade de vida, com o crescimento ordenado da área urbana, respeitando a vocação rural do distrito e coibindo a especulação imobiliária que transforma porções de terra produtiva em simples estoque de valor e deixa o ônus das conseqüências sócio-ambientais e de falta de infra-estrutura para seus habitantes e para o erário público.
Temos a exata noção da riqueza de Barão Geraldo e da cobiça que desperta, entretanto temos - poder público e comunidade - o dever de garantir a aplicabilidade do PLGU-BG e exigir a revogação de leis que colocam em risco o futuro do distrito, não permitindo que interesses pessoais e pontuais prevaleçam em detrimento do bem estar coletivo.
Atenciosamente,
Sociedade Amigos de Bairro do Jardim São Gonçalo
Sociedade Ecológica Rio das Pedras - SERP
Associação de Moradores da Cidade Universitária - AMOC
Associação de Moradores do Guará - AMA GUARÁ
Associação de Amigos e Proprietários do Solar de Campinas - SAPISCAMP
Associação de Moradores do Jardim do Sol
Associação Pró Bairro
Sociedade Civil Amigos do Res Barão Café
Associação Atlética do Jardim São Gonçalo
Desenvolvimento Cultural Desportivo