Grafites dão colorido à praça de Sorocaba em homenagem a Ademar Guerra – Noticias

Fotos: Mariana Campos/Secom

Por: Mariana Campos

 

Quem passa pela Avenida Barão de Tatuí, em Sorocaba, próximo à Igreja de João de Camargo, no Jardim Vergueiro, já pode conferir três obras de arte em grafite, na Praça Ademar Guerra, em homenagem ao grande diretor teatral sorocabano que dá nome ao espaço público. Os responsáveis pela intervenção urbana são os artistas Jefferson Sanches Esequiel, mais conhecido como Bode Sanches Graffiti, Adriano Campos Mato e Jefferson Trocato.

As intervenções urbanas, promovida pela Prefeitura de Sorocaba, por meio da Secretaria de Cultura (Secult), atendem ao programa de incentivo ao grafite (Lei Municipal nº 7.824, de 23/06/2006). “O nosso objetivo foi de incentivar e valorizar essa arte urbana e, ao mesmo tempo, revitalizar esse espaço público, inaugurado na década de 90, com uma homenagem ao grande diretor teatral sorocabano Ademar Guerra”, destaca o secretário da Cultura, Luiz Antonio Zamuner.

O espaço escolhido para ganhar o colorido dos artistas foram estruturas construídas no local, de três metros de altura e seis metros de largura, em parceria com a iniciativa privada.

A seleção dos artistas inscritos foi realizada por uma Comissão Julgadora composta por três pessoas: o artista plástico sorocabano Pedro Lopes, indicado pela Secretaria da Cultura; o diretor de cinema Cleiner Micceno, indicado pelo Conselho Municipal de Política Cultural (CMPC); e o curador Allan Yzumizawa, indicado pelo Museu de Arte Contemporânea de Sorocaba (MACS), que avaliaram os portfólios dos artistas e as propostas das obras.

Em seguida, a Secretaria de Cultura abriu votação popular on-line para os três artistas selecionados. O primeiro colocado na votação popular pôde escolher o local, dentre os três disponíveis para a execução da obra. O segundo colocado escolheu o local dentre os outros dois disponíveis para a realização da obra. Logo, o terceiro colocado executou a obra no local remanescente.

Jefferson Sanches Esequiel ficou em primeiro lugar e recebeu R$ 5 mil pela obra intitulada “Origem e Vivência”. O artista, que mora no bairro de Brigadeiro Tobias e trabalha com o grafite há 27 anos, tem obras espalhadas por toda a cidade, em residências, comércios e instituições sociais. “Através do grafite, poder contar a história de vida de uma pessoa importante para a cultura brasileira, que é de nossa cidade, foi muito gratificante”, declara.

Em segundo lugar, ficou Adriano Campos Mato, que recebeu R$ 4 mil para produzir a obra “Deixe o sol entrar”, junto à sua parceira de trabalho, Beatriz Dhyovanna. Morador do Jardim Santa Inês, o artista atua há 24 anos com o grafite e já fez obras em restaurante da cidade, bem como já participou de três edições do “Despertar das Flores”, um encontro de grafiteiros de Sorocaba. “Foi muito prazeroso ser contemplado por uma lei que incentiva a arte do grafite, além de poder homenagear um grande nome sorocabano muito importante pra história das artes cênicas”, afirma Adriano.

Por fim, em terceiro lugar, ficou Jefferson Trocato, que recebeu R$ 3 mil para a realização da obra. O artista plástico, que mora no Jardim Vergueiro, atua com arte sustentável, utilizando papelão, e já fez grafite em alguns muros da cidade de São Paulo e também em uma unidade da Apae, em Sorocaba. “A experiência foi fantástica. Essa é a minha primeira obra em homenagem a alguém. Não tinha conhecimento profundo sobre Ademar Guerra, mas com a pesquisa tomei conhecimento e criei algo bem lúdico e espontâneo”, conta o artista.

 

Quem foi Ademar Guerra?

Nascido em Sorocaba, Ademar Guerra (1933-1993) foi diretor de teatro brasileiro. Mudou-se para a capital paulista, em 1959, e começou a trabalhar na direção de teleteatros na TV Tupi e na TV Excelsior. Em 1960, estreou nos palcos, dirigindo “Auto da Compadecida”, de Ariano Suassuna.

Foi assistente de direção de Antunes Filho e acabou se tornando um dos mais destacados diretores do teatro brasileiro, nas décadas de 60, 70 e 80, sendo o responsável por montagens, como “Hair”, “Missa Leiga” e “Oh! Que Delícia de Guerra”. Fez inúmeros trabalhos na televisão, principalmente na TV Cultura, de onde se destaca a primeira versão brasileira de Vila Sésamo.

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